domingo, 26 de julho de 2015

Documentário sobre o Povo Pataxó ( TV Brasil )

Documentário Índios Pataxó e a Terra do Descobrimento (2012)

Expedições percorre o sul da Bahia para conhecer os índios Pataxós, que estão totalmente ligados à terra do descobrimento. Concentrados em aldeias há pelo menos 150 anos, esse grupo indígena ocupa o litoral baiano, que vai desde Belmonte e Cabrália, ao norte, passando por Porto Seguro e Monte Pascoal, até Prado, ao sul.
No século XX, os Pataxós sofreram um grande processo de aculturação e foram colocados à margem da sociedade. Os resultados foram a invasão de seus territórios e a perda quase total de sua cultura -- um processo intensificado, principalmente com a implantação de grandes fazendas de pecuária.
Paula Saldanha e Roberto Werneck documentam a Reserva da Jaqueira, ligada à Reserva da Coroa Vermelha, que abriga um Ponto de Cultura, onde famílias vivem para manter e divulgar a cultura Pataxó; Barra Velha, considerada a 'Aldeia Mãe', a mais populosa e a mais tradicional; Aldeia Pé do Monte, na base do Monte Pascoal -- referência espiritual para os Pataxós; e as 'Escolas Diferenciadas', com professores indígenas e ensino bilíngue, que preparam os jovens para a vida moderna, valorizando os costumes, a cultura e a identidade étnica entre as novas gerações.
Uma conquista recente foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STJ), que reconheceu o direito dos Pataxós às terras da reserva Caramuru-Catarina-Paraguassu, anulando todos os títulos de propriedade concedidos a fazendeiros, em terrenos localizados dentro dessa área indígena.
Expedições mostra o que lideranças indígenas estão fazendo para conquistar qualidade de vida para cerca de 20 mil brasileiros que compõem o povo Pataxó. O documentário mostra também a luta de um povo guerreiro que encontrou meios para resistir à pressão dos homens brancos e para manter sua cultura viva.


Texto extraido do canal da TV BRASIL no Youtube.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

COMUNICADO PROCESSO SELETIVO 2015


ATENÇÃO

CANDIDATOS DO PROCESSO SELETIVO LINTER 2015 


Com o retorno dos servidores (IFBA - Campus Porto Seguro), informamos  que as atividades do Processo Seletivo LINTER 2015 foram retomadas. Dessa forma, a previsão de divulgação da lista de aprovados ocorrerá dentro de aproximadamente 45 dias.

Salientamos que o início do semestre para a nova turma só ocorrerá em 2016.


Atenciosamente,

Coordenação da Licenciatura Intercultural Indígena
Campus Porto Seguro

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Videogame Huni Kuin: os caminhos da Jibóia


Vasculhando materiais indígenas na internet dei de cara com essa maravilhosa notícia: o desenvolvimento de um projeto de videogame “Huni Kuin: os caminhos da jiboia”.  Está sendo desenvolvido no Acre por indígenas e não indígenas a partir de uma seleção do Programa Rumos 2013/2014 do Itaú Cultural. 
Lembrei de ter falado isso com nossos alunos da área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias. Perguntava exatamente onde estão os filmes, heróis, desenhos indígenas? Os personagens em games? Isso traria um motivo a mais para que os alunos das Escolas Indígenas de todo país se orgulhassem de sua identidade e buscassem o aprofundamento e valorização de suas raízes culturais.
A pergunta que fica no ar é sempre essa: de que forma podemos quebrar tantos preconceitos dos não índios com os povos indígenas? De que forma conseguiremos tirá-lo do imaginário da população de que são culturas estagnadas no passado? Esse é um dos caminhos. Torná-los efetivamente integrantes do mundo em que vivemos com direito a inserção em todas as tecnologias que estão a nossa disposição, sem perder a origem e a tradição.
De acordo com as informações da Rádio Yandê, as oficinas foram realizadas na Comunidade Huni Kuin. O protótipo do jogo foi divulgado no canal Beya Xinã Bena do vimeo e apresentado no programa “Caminhos da Reportagem” da TV Brasil, chamado “O Sonho do Pajé”, que foi ao ar no dia 09 de julho desse ano.
Fica a dica para novas produções!!! 

 Segue o protótipo do jogo no link:  Caminhos da Jibóia

Imagem extraída do protótipo do jogo


Carla Camuso
Professora de Arte da Licenciatura Intercultural Indígena
IFBA - Campus Porto Seguro

sábado, 11 de julho de 2015

Origem e transformação dos preconceitos anti-indígenas e da política indigenista no Brasil

A palestra a seguir do João Pacheco de Oliveira, serve como apoio didático para o professor indígena, visto que o tempo das aulas no curso Intercultural é insuficiente para traçar a enorme gama de assuntos necessários para a formação não apenas docente, como de jovens lideranças que já circulam o Brasil falando sobre a questão indígena e suas trajetórias.
É fundamental se apropriar de todos os conhecimentos possíveis para que as falas não sejam apenas uma reprodução repetitiva de discursos emotivos e vitimizados, com o único objetivo de sensibilizar o ouvinte.
É necessário um pouco mais que isso.
É preciso ter conhecimento histórico sobre o sofrimento vivido, porém reconhecendo a sua capacidade de evoluir a ponto de superar e mudar a sua história.
Partindo de uma leitura da presença indígena na história do Brasil, a palestra mostra a gênese de preconceitos anti-indígenas presentes no Brasil contemporâneo. Chama a atenção, por exemplo, para alguns discursos de governadores, que são repetições de falas de capitães do mato, bandeirantes, colonizadores, missionários.


Saudações interculturais !
Carla Camuso




quarta-feira, 1 de julho de 2015

O mito da Dona da Água - Abuela Grillo



 Abuela Grillo (para nós Avó Grilo) é uma lenda milenar do povo indígena Ayoreo, que vivem na zona fronteiriça entre o Paraguai e a Bolívia. Não muito diferente do que acontece com os povos indígenas no Brasil, seu território foi comprado por especuladores de terra e fazendeiros e vem sendo desmatado rapidamente.
Mulher Ayoreo-Totobiegosode
Mulher Ayoreo-Totobiegosode
© Luke Holland/Survival
Um dos aspectos interessantes desse povo é a sua relação de amor e respeito com a chuva/água. Para se ter uma ideia, o ritual Ayoreo mais importante recebeu seu nome em homenagem à asojna, o bacurau: na primeira vez em que o canto do pássaro é ouvido, ele anuncia o início da estação chuvosa, motivo para um mês de comemorações e festas. Mas a maior prova pode ser vista na história da Abuella Grillo.
Segundo a lenda,  havia uma avó, chamada Direjná que era um grilo. Ela era a dona da água e por onde passava a água brotava quando entoava seu canto de amor. Um dia, os netos, cansados de tanta água e após a inundação de seus campos, pediram que ela fosse embora. Muito tristemente ela partiu, deixando seu rastro que formaram os rios e lagos. Mas, na medida em que ia sumindo, também a água ia embora do local onde viviam. E assim, inicia uma era de muito calor e seca até que eles decidem ir atrás da avó seguindo seus rastros.
Dizem eles (o povo Ayoreo) que Abuela Grillo envia a água do céu cada vez que alguém contar sua história.
Aproveitando essa bela história, e para fazer uma reflexão sobre a constante luta dos povos originários contra a mercantilização da natureza, foi produzindo um curta com apoio do governo da Dinamarca por The Animation Workshop, Nicobis, Escorzo, e pela Comunidade de Animadores Bolivianos. O trabalho de desenho foi realizado por oito animadores bolivianos, dirigido por um francês, com música da embaixadora da Bolívia na França, e a ajuda de um mexicano e uma alemã. Todo juntos na defesa dos recursos naturais.

Neste vídeo, a lenda se atualiza e, ao invés da sua viagem ser para lugar nenhum, a avó é encontrada pelos empresários que a aprisionam e fazem com que ela faça a água cair apenas nos seus caminhões pipa. Então, eles vendem a água. O povo passa necessidade e sofre. A avózinha também sofre. Até que um dia, o povo entende que é preciso lutar.

Vale a pena curtir e refletir sobre essa linda animação!



Por Carla Camuso

Fontes: 
http://www.survivalinternational.org
http://outrosolharessobre.blogspot.com.br 
La_Abuela_Grillo.pdf