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Seg, 30 de Maio de 2011 15:20
Por: Ivan Bezerra
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA Porto Seguro iniciou na manhã de hoje, 30, as atividades do Segundo Módulo Presencial de aulas do curso de Licenciatura Intercultural Indígena – LINTER. As aulas acontecem na Faculdade do Descobrimento – FACDESCO – em Coroa Vermelha e marcam o início das atividades do segundo semestre. Cerca de 80 alunos indígenas das aldeias Tupinambá, de Olivença e Buerarema, Pataxó Hã Hã Hãe, de Pau Brasil e Pataxó, de Santa Cruz Cabrália e Coroa Vermelha, participam do encontro. As aulas acontecem em turno integral até o dia 18 de junho.
Para a aluna Arnã Pataxó, a LINTER é uma oportunidade de desenvolvimento educacional não só para ela, mas para toda a comunidade indígena: “Viemos aqui em busca de conhecimento técnico para voltarmos para a nossa comunidade e plantar esse conhecimento para o nosso povo”.
Já a aluna Margarida Pataxó quer aproveitar bem a oportunidade de aprender através da estrutura oferecida pelo instituto: “No momento em que nós educadores e educadoras saímos de nossa comunidade e nos ingressamos numa faculdade do suporte do IFBA não há dúvida, vamos adquirir e ampliar cada vez mais o nosso conhecimento e o retorno, com certeza, será bem melhor para nossas crianças e para os nossos parentes na comunidade”.
O início das atividades foi marcado por uma série de palestras. Entre elas, uma proferida pelo Cacique Babau, da Aldeia Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro, em Buerarema. O Cacique acredita na educação para seu povo como garantia do cumprimento de diretos indígenas previstos em lei: “Na comunidade Tupinambá temos uma palavra chave: educação, que é a arma moderna para o índio usar na conquistar seus direitos. Então, a educação é tratada muito a sério na comunidade. Nós estamos lutando para nós termos uma universidade indígena específica e culturalmente própria dos povos indígenas para, daí sim, nós nos fortalecermos e nos apossarmos diretamente dessa ferramenta que é a educação, o conhecimento”.
A proximidade geográfica da FACDESCO com uma das principais aldeias indígenas da região, a Pataxó, facilita o desenvolvimento de atividades voltadas para os índios dentro do espaço acadêmico. Célia Giménez, uma das diretoras da FACDESCO, diz que o acesso dos índios à estrutura da faculdade era um sonho antigo: “Sempre tivemos a intenção de atrair a comunidade indígena para dentro de nossas salas de aula para poderem ter um espaço comum para dialogar, porque, através da educação e, principalmente, da educação superior existe esse diálogo, então, é um sonho antigo que nós temos”. Outra diretora da FACDESCO, Waldívia Rodowanski Bohn, espera uma interação ainda maior da comunidade indígena com a instituição de ensino superior a partir deste encontro: “Nós estamos sempre com as portas abertas para a comunidade indígena. Então, a gente quer sempre levar o nosso trabalho para eles e queremos que eles venham até nos”.
Para o corpo docente do IFBA, o módulo presencial é uma ótima oportunidade de troca de conhecimento. O Coordenador da LINTER, professor Edson Machado de Brito, afirma que só o encontro de comunidades indígenas distintas entre si já possibilita o aprendizado de outros costumes e culturas. “Para os nossos alunos é um momento de aprendizado porque eles vão ter contato com vários conhecimentos, teorias, textos, leituras, assim como para nós também é muito importante, porque é um momento que nós vamos também aprender com eles. Aqui, no caso da Licenciatura Intercultural, o conhecimento se dá em mão dupla, nós aprendemos com eles e eles aprendem com a gente e a interculturalidade é exatamente isso”, afirma o professor.
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